Anai Moraes Serra dos Santos Alves, de 26 anos, que trabalhava como auxiliar em uma escola particular, filha do proprietário do Centro Educacional I-Mesa de Maringá, no norte do Paraná, está no centro de uma polêmica após ser acusada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de torturar ao menos dez crianças entre 2017 e junho de 2018. A denúncia foi aceita pela Justiça em 23 de maio.
De acordo com a denúncia do MP, Anai, que enfrenta acusações de tortura, teria submetido alguns alunos a “intenso sofrimento físico e mental”, aplicando castigos pessoais e medidas preventivas para evitar comportamentos que ela considerava indisciplinados, enquanto trabalhava com as turmas do Infantil I e do Berçário.
Relatos indicam que a mulher teria sido rude, impaciente e agressiva com as crianças, impondo punições severas e cruéis. O MP-PR alega que Anai sufocou crianças com travesseiros quando não queriam dormir e as forçou a engolir o próprio vômito quando se recusavam a comer e começavam a chorar.
Além disso, relatos detalham que uma mesma menina teria sido agredida repetidamente pela mulher, chegando a ser sufocada e precisando de socorro. Anai também teria levantado uma criança pelo pescoço e a jogado no chão por estar chorando.
As investigações revelam ainda que Anai dos Santos Alves agredia as crianças, incluindo tapas nas mãos, pernas e rostos, mesmo durante a troca de fraldas. Em um incidente específico, ela teria ordenado que uma zeladora tratasse os ferimentos de uma criança que teve o rosto machucado.
Outras acusações incluem arranhões no rosto de um menino e o uso de álcool para lavar o rosto de outro aluno, causando ardência nos olhos.
Uma ex-professora da escola revelou que foi instruída a forçar os alunos a comerem, chegando ao extremo de colocar comida na boca das crianças e fechá-la até que engolissem.
Os pais das vítimas também compartilharam suas experiências angustiantes. Um pai relatou que sua filha foi punida de maneira cruel e que tentaram forçá-la a comer vômito novamente. Após o incidente, retirou a filha da escola, pois ela passou a associar o local a trauma e sofrimento.
A omissão dos proprietários da escola, Jorge Moraes dos Santos Alves e Maria Elisete Serra Alves, ambos pais de Anai, também foi denunciada. Testemunhas afirmam que eles tinham conhecimento do comportamento da filha e não tomaram medidas para impedir os abusos, chegando até mesmo a demitir funcionários que tentaram denunciar o caso.
Os relatos de testemunhas e vítimas pintam um quadro chocante do ambiente escolar, causando impactos emocionais duradouros tanto nas crianças quanto nos funcionários que testemunharam os abusos. As consequências desse trauma são devastadoras e ecoam na comunidade educacional.
Os réus negam veementemente as acusações, afirmando que nunca houve agressão na escola. Entretanto, o caso continua sendo investigado para garantir justiça às vítimas e responsabilizar os culpados.